
terça-feira, 29 de abril de 2008
Noturno
Copo na mão.
Conversa macia,
cabelo também.
Beijo de língua na boca...
MEU DEUS!
Lá vou eu viver mais um capítulo de telenovela!
.
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Tempoemeira remando na blogsfera!

Para Juliana Meira
O tempo, ema,
Corre corre corre
Menos no teu poema
Onde transcorre
Como tarde espreguiçosa
No lombo dum gato
Tempo – tempo – tempo
Que incendeia o dia-a-dia
Menos no teu poema
Onde é lua cheia
Na geada fria
O tempo é fera
Voraz devorando filhos
Menos no teu poema
Onde é panda pateta
Cirandando como poeta
Nosso tempo tem
Poemas
Poemas com próprio
Tempo
E tem uma Poemeira
Que tece teias na poeira do tempo
Juliana Meira mostra sua produção no blog TEMPOEMA http://juliana-meira.blogspot.com , que publicou este poema em primeira mão. Conheci seu trabalho no Blog do Alexandre Brito e fiquei impressionado com a qualidade dos poemas. Tão impressionado que de repente me peguei num diálogo poético com a moça.
sábado, 19 de abril de 2008
Um convidado Ilustre: Antônio Machado
Tenho uma vizinha que gosta muito de poesia, mas não entende espanhol. Para ela traduzi este poema e posto a tradução depois do original para quem precisa de tradução.
Fiz esta tradução o melhor que pude, mas sempre vejo um problema em traduzir um texto desta língua para o Português: embora sejam línguas muito semelhantes, têm musicalidades diferentes. Portanto, recomendo antes a leitura do texto original. Por que, para este texto, a sonoridade do espanhol funciona muito melhor...
Caminante, no hay camino
Autor: Antonio Machado
Caminante son tus huellas
El camino nada más;
caminante no hay camino
se hace camino al andar.
Al andar se hace camino
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante, no hay camino
sino estelas sobre el mar.
¿Para que llamar caminos
A los surcos del azar...?
Todo el que camina anda,
Como Jesús sobre el mar.
Yo amo a Jesús que nos dijo:
Cielo y tierra pasarán
Cuando cielo y tierra pasen
mi palabra quedará.
¿Cuál fue Jesús tu palabra?
¿Amor?, ¿perdón?, ¿caridad?
Todas tus palabras fueron
una palabra: Velad.
Como no sabéis la hora
En que os han de despertar,
Os despertarán dormidos
si no veláis; despertad.
Caminhante, não há caminho
Autor: Antonio Machado
(tradução de Renato de Mattos Motta)
Caminhante tuas pegadas
São caminho, nada mais
Caminhante não há caminho
Se faz caminho ao andar
Ao andar se faz caminho
E ao voltar a vista atrás
Se vê a estrada que nunca
Se vai voltar a pisar
Caminhante não há caminho
Só estrelas sobre o mar.
Para que chamar caminhos
Aos sulcos do azar?
Todo o que caminha anda
Como Jesus sobre o mar
Eu amo a Jesus que nos disse
“Céu e terra passarão
Quando céu e terra passarem
Minha palavra ficará.”
Qual foi Jesus tua palavra?
Amor? Perdão? Caridade?
Todas tuas palavras foram
Uma palavra: Velai.
Como não sabeis a hora
Em que vos vão despertar
Despertar-vos-ão do sono
Se não velais; despertai.
quarta-feira, 16 de abril de 2008
um amor de gato
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Coisas das musas - A Flor e o Asfalto
E não tô falando (apenas) daquelas beldades com pouca ou nenhuma roupa que a mídia periódicamente elege: Musa disto ou daquilo. Do carnaval, do verão, da cerveja...
Não.
Falo das nove.
Das nove filhas de nove noites de amor entre Zeus e Mnemósine... coisa antiga...
Pois as musas me pegaram hoje, durante o sono, e me arrastaram prum diálogo com o Carlos que eu já tinha citado há uns dias por aqui. E me obrigaram a me apropriar dumas idéias drummondianas...
Acordei com isto na cabeça e não sosseguei enquanto não escrevi. Escrevi e tentei esquecer e dar um tempo de gaveta (embora hoje minha gaveta sejam os clusters do HD) - pensar antes de postar... não deu!
Se ninguém gostar, paciência! A culpa não é minha. Foram as Nove que me obrigaram a postar. Eu sou apenas um humilde servo...

A FLOR E O ASFALTO
Preso ainda às convenções
Visto preto, cor do meu tempo
Mas a rua, seu Carlos,
Continua cinzenta
Tudo ainda está à venda
E arma alguma autorizaria revolta
Este é o tempo da justiça, afinal,
Não a justiça bondosa –
De bronze, de prata, de ouro –
Justiça da ira divina
Do fogo descontrolado
Que mata a nossa mata
De terra que sacode escombros
Como quem dá de ombros
De um ar sujo e furioso
Desembestado em tempestades
De águas que retornam
Sujas e podres como o mundo
Como o nosso mundo
Águas que inundam
Águas que lavam
Águas que levam tudo por diante
Águas que afogam velhos, crianças, bombeiros
Mais fortes que a força
Justiça de Gaia febril
Infectada de humanidade.
Mas mesmo em um mundo revolto
Ainda há tardes amenas
Caminho pelo meu Porto
Alegre ao menos no nome
Seduções em calças justas
Encurvam meu pescoço
O ar está luminoso
Embora a fumaça dos carros
Pardais pipilam,
Mas não param
De catar comida no lixo,
Da janela do edifício,
Um gato observa os pardais
Frustrado pelo vidro fechado.
Ao meu lado, um som
Não é alto, mas diferente
Não o crepitar de folhas secas
Nem papel desfraldado ao vento
É som mais pesado, embora leve
Ao meu lado, um som bate no chão
É leve, mas tem o peso
De uma vida, que se vai
Uma flor morreu na rua!
Não era forte como aquela do Carlos
Embora fosse mais bela
Bateu no chão preto e ficou
Vermelha, marcando sangue
Uma flor solta no asfalto
Uma flor morta no asfalto
Uma flor!
Pés
Pneus,
Vento,
Chuva,
Garis com suas vassouras
Se encarregarão de levá-la
Mas ela ficará
Na minha lembrança
(E na foto mortuária que tirei)
Longe,
Lá no pólo,
Uma geleira se desfaz
Chorando a flor que se foi
Ou, talvez, chore por outras,
As flores que nunca foram.
Renato de Mattos Motta
domingo, 13 de abril de 2008
Post-Poema 3 - Lixo

sexta-feira, 11 de abril de 2008
Um convidado ilustre: Drummond
RECEITUÁRIO SORTIDO
Calma.
É preciso ter calma no Brasil
calmina
calmarian
calmogen
calmovita.
Que negócio é esse de ansiedade?
Não quero ver ninguém ansioso.
O cordão dos ansiosos enfrentemos:
ansipan!
Ansiotex!
ansiex ansiax ansiolax,
ansiopax, amigos!
Serenidade, amor, serenidade.
Dissolve-se a seresta no sereno?
Fecha os olhos: serenium,
serenex...
Dói muito o teu dodói de alma?
Em seda e sedativo te protejas.
Sedax, meu coração,
sedolin
sedotex
sedomepril.
Meu bem, relaxe por favor.
Relaxan
Relaxatil.
Batem, batem à porta? Relax-pan.
Estás tenso, meu velho?
Tenso de alta tensão, intensa, túrbida?
Atenção: tensoben
tensocren
tensocrin
tensik
tensoplisin.
Anda, cai no sono,
amigo, olha o sonix.
Como soa o sonil
sonipan sonotal
sonoasil
sonobel sonopax!
E fique aí tranqüilo tranquilinho
bem tranquil
tranquilid
tranquilase
tranquilan
tranquilin
tranquix tranquiex
tranquimax
tranquisan
e mesmo tranxilene!
Estás píssico, talvez
de tanto desencucarem tua cuca?
Estás perplexo?
Não ouves o pipilar: psicoplex?
psicodin
psiquim
psicobiome
psicolatil?
Não sentes adejar: psicopax?
Então morre, amizade. Morre presto,
morre já, morre urgente,
antes que em drágea cápsula ampola flaconete
proves letalex
mortalin
obituaran
homicidil
thanatex thanatil
thanatipum!
quarta-feira, 9 de abril de 2008
segunda-feira, 7 de abril de 2008
post-poema 2 - Redenção
sexta-feira, 4 de abril de 2008
do Pau de Poemas

quinta-feira, 3 de abril de 2008
quarta-feira, 2 de abril de 2008
...e por falar em sabiá...
