"Posso
não concordar com uma palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o teu
direito de dizê-lo." (Voltaire)
me criei em um tempo
em que todo mundo
pensava igual
porque era proibido
pensar diferente.
em que todo mundo
pensava igual
porque era proibido
pensar diferente.
se dizia
"Brasil, ame-o ou deixe-o"
e os que amavam
precisavam fugir.
"Brasil, ame-o ou deixe-o"
e os que amavam
precisavam fugir.
me criei num Brazil
de unanimidades
e aprendi
que a unanimidade é burra,
que a unanimidade é bruta,
que a unanimidade é uma arma
da mediocridade
pra se fazer importante.
de unanimidades
e aprendi
que a unanimidade é burra,
que a unanimidade é bruta,
que a unanimidade é uma arma
da mediocridade
pra se fazer importante.
lutei sem armas,
fui clandestino, porque
a unanimidade era a lei
e o silêncio cresceu.
fui clandestino, porque
a unanimidade era a lei
e o silêncio cresceu.
vi a unanimidade
apodrecer.
vi os medíocres caírem
porque não tinham mais
capacidade de calar
a discórdia.
vi os medíocres caírem
porque não tinham mais
capacidade de calar
a discórdia.
não sou exatamente cordato,
discordo com veemência,
mas não tiro de ninguém
o direito de pensar.
discordo com veemência,
mas não tiro de ninguém
o direito de pensar.
discordância
é vida;
unanimidade,
morte!
é vida;
unanimidade,
morte!
discordo da unanimidade.
discordo do concordismo.
discordo dos discursos bonitinhos.
discordo da concórdia
que cala os adversários.
discordo do concordismo.
discordo dos discursos bonitinhos.
discordo da concórdia
que cala os adversários.
faço minha
a fala da discórdia!
que todos acordem
e que a concórdia forçada
tenha a força de uma corda
onde os tiranos
se enforquem.
a fala da discórdia!
que todos acordem
e que a concórdia forçada
tenha a força de uma corda
onde os tiranos
se enforquem.
(ilustração: recriação gráfica que fiz sobre foto de Vladimir Herzog)
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