sábado, 23 de janeiro de 2010

vaca


clara fêmea noturna

carnal carícia

vaca sagrada dos cornos de lua

altar pagão

vaca chapada que ronda a rua

morna sedução

vaca divina curvilínea

pele leitosa

deleite no leito

tetas macias de leite em pó

esguichando estrelas na noite

iluminando caminhos no céu

mãe do dia

amante da noite

paixão da terra

imensa vaca de sangue quente

que aplaca desejos com cerveja

carne de beijo na boca

poderosas coxas

corpo fértil

paraíso de prazeres

traçando na minha noite

vias tortuosas de perdição


Porto Alegre, 19 de janeiro de 2010.

(ilustração: detalhe da capa de "Pau de Poemas - xilogravura de 1987, colorizada digitalmente)

7 comentários:

Manu disse...

Com é que é? Onde a vaca vai, o touro vai atrás?

Gostei, partiuclarmente do ritmo nos primeiros seis versos.

Renato de Mattos Motta disse...

HEHE!
legal, Manuel, mas eu sou de Leão...

Graça Carpes disse...

Ruminante poema.
:)

http://pulsarpoetico.zip.net

Renato de Mattos Motta disse...

Ruminante, Graça? não tinha pensado desta forma...

Poesia Inclusiva disse...

gostei.

ah, eu já vi uma vaca dessas num desenho animado. hehe

bjss

Sandra Santos disse...

essa vaca é sagrada!

Renato de Mattos Motta disse...

Sim, sandrinha...
divina...